quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

De volta com notícias...

Estivemos alguns dias sem postar nossas aventuras com nossos pequenos hóspedes, mas foi por pura falta de tempo e jamais de vontade... Compartilhar com as pessoas as nossas experiências é sempre importante, porque pode servir de conforto para alguém que, em algum momento, pense que não vai conseguir trabalhar com proteção animal...
Nesse universo, dividir os medos, perguntar, pedir ajuda é fundamental...
Muitas vezes, nos sentimos apavoradas sem saber o que fazer, nos culpamos por não ter feito algo e sempre tivemos o conforto de pessoas mais experientes, como as meninas da Salvando Vidas, da Ação Animal, do Proanima, da BSB Animal e até da Adote um gatinho, de São Paulo, que, mesmo longe, já deu o seu incentivo para o Projeto Linda.

Bem, nos últimos dias enfrentamos um susto com o Pitty, o pequeno frajolinha que escapou ileso de um surto de fungos, mas que de repente apareceu com febre e assim ficou durante quatro dias... Veterinário para lá, veterinário para cá, exames, antibiótico, graças a Deus, depois de tudo isso agora ele está melhor e já revela que o gatinho atômico que sempre foi está voltando...
Colinho, carinho e a presença maternal da Shanti perto dele foram essenciais, sem contar a velinha sempre acesa para São Chiquinho.
Agora, na consulta de terça-feira, para um check up foi a vez da doce Shanti aparecer com fungos... Começou o tratamento e por isso não vai poder ir para a casa da Jamara, sua nova tutora. Melhor garantir segurança para todo mundo...
Quanto às três mariazinhas que moram no meu quarto, já conseguem abrir a porta pulando na maçaneta e dormem com o rostinho colado na gente e ficam observando o momento de nos ver acordar... (salve o meu marido franciscano que acha graça em tudo! kkkk)
Os bebês da Jurema crescem, engordam e perambulam pelo apartamento todo em expedições exploratórias de novos ambientes, que gatos adoram fazer...
Os nossos protegidos da Embrapa, que alimentamos diariamente, estão bem, mas ainda não conseguimos descobrir onde a mãezinha preta enfiou os filhotinhos que encontramos no bueiro. A cada chuva, nosso coração aperta...
Estrela, a gatinha tigrada da Embrapa Informação Tecnológica, mãe de Manu, Nina, Gabi e Mel, está grávida de novo e o suspeito do "malfeito" é o gatinho bandoleiro que andou circulando por aqui e abalou as estruturas dela... Resumo da ópera: em breve mais "gente" nova no pedaço...

Enfim, não existe um dia igual ao outro...

Mas, tem mais!!!
Sábado estaremos junto com as meninas da Salvando Vidas no III Bazar Animal Chique, na 215 Norte. Um convite lindo e uma honra para o nosso singelo projeto dividir o espaço com pessoas tão
especiais...
  

Ser lar temporário...

Tem situações que envolvem a gente e impedem que percebamos racionalmente o que significa abrigar um bichinho de rua em casa... Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, não é apenas retirá-lo da situação de risco, dar um lugar quente e confortável para que durma e brinque, com água e comida à vontade, sem que precise disputar com outros os escassos pedacinhos de ração... Assim como também não é mantê-lo por períodos definidos enquanto se corre atrás de alguém que os queira para que nos "livremos" deles, passando a responsabilidade...
Nossa! Ser lar temporário é tanta coisa...
É abrigo, sim, mas é, acima de tudo carinho, preocupação, cuidado, zelo, aconchego - tudo o que uma criatura merece para viver com dignidade.
Ao longo desse tempo, temos percebido que a obrigação com eles muito maior do que pensávamos. É preciso estar atento sempre, ver se estão comendo direitinho, se fazem as necessidades normalmente, se têm feridas, machucados, se têm pulgas, fungos, sarna.
É preciso observar e compreeender as diferenças de comportamento, respeitar as personalidades de cada um.
Sim, porque cada um é único: eu mesma seria capaz de garantir que todos os que já passaram pela nossa casa em nada se parecem uns com os outros. Aliás, com o tempo, a gente diferencia até os miadinhos de cada um e interpreta as mensagens - se são de fome, de sede, de ânsia de liberdade, de medo e até de manha...
É preciso ter consciência de que a rotina não será mais a mesma. Os pequenos hóspedes dependem da nossa dedicação. Os cômodos da casa serão adaptados a eles. O escritório vai se transformar em enfermaria, suíte ou parque de diversões para acomodar os gatinhos e suas necessidades.
E até o quarto em que você dorme corre o risco de ter novos ocupantes na mesma cama, principalmente quando há necessidade de separar alguns deles que não estejam tão bem de saúde.

Hoje, na minha casa, somos uma família com cinco hóspedes. Enfrentamos a ciumeira dos donos da casa, mas sabemos que é tudo passageiro...
Na casa da Jurema, são mais quatro minúsculos serezinhos, que corriam risco de não sobreviver e tiveram que ser alimentados na mamadeirinha de três em três horas...
O trabalho é sempre grande, mas a satisfação de chegar em casa e encontrá-los é ainda maior... E mais: vê-los bem é o que mais gratifica...