quarta-feira, 31 de agosto de 2011

As lições nossas de cada dia...

Esta semana, definitivamente, não vai dar para esquecer...
A sucessão de fatos que resultaram em emoções opostas e totalmente extremas em intensidade - da profunda tristeza à alegria - devem fazer parte de mais uma das fases do aprendizado diário que é estar envolvido com proteção animal.
Tenho procurado estar atenta ao significado disso no contexto geral dessa história, mas talvez só o tempo mostre o que realmente está por trás de tudo o que tem acontecido. Em um mesmo período, a amarga dor de um fracasso, em uma adoção infeliz, e a satisfação de poder divulgar o nosso trabalho, encontrar parceiros e ter o reconhecimento da seriedade de uma ação desenvolvida com tanto amor por um grupo de voluntárias.
A fuga da Gabi, depois de tanto esforço, tanto carinho, tanto empenho para que não fosse mais uma criaturinha solta nas ruas da cidade, é uma marca que não vai se apagar... Imaginar que hoje ela está do mesmo jeito que estaria se não tivéssemos cuidado dela - ou pior, afinal ela já tinha se acostumado à comidinha na mão, às brincadeiras, à caminha quente para descansar durante as deliciosas 16 horas diárias de sono felino, e hoje se vê perdida, tendo que procurar comida em alguma lata de lixo, enfrentando os perigos do ambiente urbano, carros, cães e pessoas do mal...
Chorar, infelizmente, não resolve, caso contrário, ela estaria aqui de volta...
Assim, como também não acalma o coração...
Chegar em casa e encontrar as três irmãzinhas dela me olhando ou alimentar a mãe diariamente na Embrapa só machuca ainda mais...
Quando estive à procura dela na Vila Planalto no mesmo dia em que soube o que tinha acontecido, o desespero se misturou à impotência de não poder voltar no tempo, à culpa, enfim, foi uma confusão de sentimentos terrível que transformou tudo aquilo em algo meio surreal, meio fantasioso, como se eu estivesse vivendo uma situação que não era de verdade... Não podia ser de verdade...
Neste exato momento em que estou aqui, onde Gabi está?
Enquanto suas irmãs brincam de subir na janela, esperando para jantar, o que os perigos da noite na rua reservam para ela?
Não quero matar a minha esperança - pelo contrário, essa lição é necessária, até mesmo para fortalecer a minha determinação de fazer um trabalho cada vez melhor e proteger ainda mais essas criaturinhas pelas quais nós não temos medido esforços para proteger...

Mas, e o lado feliz da semana?
Nosso primeiro bazar, planejado e esperado durante tanto tempo foi realizado na segunda-feira e hoje (quarta-feira), com uma visibilidade que superou as expectativas. Tanto é que conseguimos mais um dia para divulgar o projeto e vender nossas doações na sexta-feira.
Gente que nunca vimos, com as quais nunca tínhamos conversado, pararam, compraram, elogiaram, reconheceram a necessidade do trabalho...
Pessoas de todos os setores e de todos os níveis - do mais simples empregado ao dirigente...
Tivemos gratas surpresas com as novas parcerias, os novos colaboradores, gente solidária, disponível - e isso é impagável... Porque são pessoas que ajudam sem questionar, sem criticar, simplesmente, acreditam...
A todos os colegas da Embrapa que apostam, a gente só tem a agradecer... E em especial, o apoio institucional que recebemos desde o começo... Felizmente, o descrédito que esse tipo de trabalho inspira por aí, no nosso caso, não existe...

Bem, só temos a agradecer aos nossos mestres que nos guiam nesse caminho...
Que a Gabi, como a Linda - inspiradora do projeto - represente mais uma lição que precisamos aprender. E que tenhamos a sensibilidade necessária para entender o que ainda não sabemos...

Obs: As fotos do nosso bazar vão ser colocadas aqui para mostrar o sucesso!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ajuda de todo mundo!


A Gabi fugiu! 
O local é nas imediações do posto de saúde da  Vila Planalto.
Tem três meses, é uma viralatinha tricolor  bem dócil.  Foi castrada recentemente e ainda apresenta marca de cirurgia. 
Você viu? Então ligue 9694 8268

domingo, 28 de agosto de 2011

Integração total à nova família


Tapioca, o irmão da Linda, inspiração do projeto, hoje é uma grata constatação de que o amor, o carinho e o cuidado transformam criaturas que viviam nas ruas, em doces companheiros no dia a dia doméstico. Quando ele foi resgatado, doente, amedrontado, carente e fraco, deixava dúvidas sobre a adaptação e sobre as reais condições de sobrevivência...
Nestas imagens, feitas na madrugada deste domingo, um flagrante que prova que é possível mudar realidades e contribuir para os momentos de carinho aconteçam...
Com Tapioca, a irmã-meio-mãe Bia, de oito anos, a primogênita da casa.


sábado, 27 de agosto de 2011

Bazar confirmado

Tudo certo para nosso primeiro bazar do Projeto Linda.
Segunda e quarta-feira, dias 29 e 31 de agosto, das 11h às 14h, na sede da Embrapa em Brasília, vamos ter a chance de falar sobre a iniciativa com os empregados e tentar arrecadar recursos para os novos atendimentos que vamos precisar fazer. Ganhamos muitas coisas - peças de decoração, mais de 150 CDs, roupas, artesanato, utensílios de cozinha. Tudo dado por pessoas que acreditam na importância da contribuição para iniciativas voluntárias que dependem de parceria para formar uma rede em benefício de um objetivo comum.
Mandamos fazer camisetas, banners, fo lders - claro que tudo muito domesticamente preparado, mas com a dose de carinho que precisava, por isso os defeitinhos nem vão aparecer (espero). Nossas pequenas criaturinhas merecem...

Gabi vai para nova família...

Hoje de manhã, a primeira das quatro "mariazinhas" foi adotada... Gabi, com a sua doçura, ganhou uma nova família, que veio buscá-la e, apesar do coração apertado, senti que vai ser feliz. Aliás, esse é um dos problemas que tenho que superar: o apego a essas criaturinhas que passam por aqui. Somos apenas um lar temporário, que se destina a cuidar da saúde delas, introduzi-las à realidade doméstica e encaminhá-las às casas definitivas. Mas, ainda é difícil... Fica a pontinha de saudade no coração... Confesso até que perdi a oportunidade de registrar o momento das crianças com ela, o primeiro contato, o encontro entre eles, para colocar aqui no nosso diário do projeto.
Mas, enfim, estamos tranquilos... Não há dúvidas de que a pequena Gabi, a ursinha, vai ficar muito bem e amor não vai faltar para ela. 
Docinho, Manu e Nina estão aqui e em breve também vão encontrar seus novos caminhos...

Depoimento de amor


Raras vezes a gente tem o privilégio de ouvir declarações de amor aos animais tão lindas... Esta não poderia deixar de ser compartilhada e, se Deus quiser, vai ser lida por muitas pessoas que ainda não descobriram,  não abriram o coração para sentir o que significa amar incondicionalmente... Amar uma criaturinha indefesa, que não estava à venda no petshop, não tem pedigree, vivia nas ruas, atrás de comida e água e sequer tinha um abrigo quente para as noites mais frias...
A Raquel, tutora do Snow, é o símbolo do que representa o Projeto Linda e, para nós, é a motivação para continuar o nosso trabalho, passando por cima das adversidades, das manifestações de incompreensão e até escárnio, deboche... São Francisco tem nos aberto os sentidos, aguçado a nossa percepção e acalentado nossos corações para que não nos deixemos abater... A cada dia, temos plena consciência de que essa é a nossa missão...
Vale a pena ler todo o depoimento dela e pensar no que significa...


"Assim que vi a foto do Felício e seu irmão, achei-o muito lindo. Seu pelo branco e olhos azuis me encantaram. Eu nunca tive um gato, mas sempre adorei os bichos. Há algum tempo vinha amadurecendo a idéia de ter um bichinho para ser meu amiguinho no dia-a-dia. Pensei em um cachorro, mas ele pede atenção demais. Pensei numa tartaruga, mas em sua hibernação eu iria me sentir sozinha. Eis que vi a foto do Snow para doação. Logo pensei: um gato! Um bichinho asseado e independente, brincalhão e fofo!
Depois da foto, pensei por uma semana se pegaria o gato. Eu tenho a saúde frágil  e essa foi minha maior preocupação na adoção, mas  após algumas pesquisas na internet sobre saúde e pets  resolvi pegá-lo. Os amigos e familiares de tanta empolgação logo me ajudaram, com doação de brinquedos, vasilhas para xixi  e outros utensílios e, claro, carinho.
No dia 19/04/2011 foi a nossa primeira noite.  Foi muito difícil  - nós não dormimos. Ele miava tão alto, que parecia que estava com muita do. Apelei para  Santo Antônio, afinal ia incomodar os vizinhos, sem contar que ele não podia me ver que saía correndo.  Outro detalhe é que por dias ele se escondeu embaixo da geladeira e de lá não saía.  Não nos víamos. Comprei um petisco mais atraente, com cheiro de patê francês para conquistá-lo e foi a grande ajuda.
Após duas noites mal dormidas o príncipe Snow começou a se render, a me olhar, até a comer na minha mão, mas pegá-lo ou fazer carinho era impossível. Então no quarto dia, eu bloqueei o acesso dele embaixo da geladeira com papelão e enfim ele veio mais perto de mim... olhando meu sono, percebendo cada movimento meu, brincamos.
Ao longo de dois meses essas foram as sensações, sem muito progresso, eu estava muito cismada com o comportamento do Felício Snow. Ele continuou fugindo quando eu tentava pegá-lo. Quando ele se sentia invadido me batia com a patinha, sem contar que ele rosnava! Ah!  Descobriu o sofá e começou a fazer xixi todos os dias lá!  Então me preocupei, pois a única coisa que o projeto fez antes de entregá-lo foi castrar e vermífuga-lo, logo deduzi que tinha algo errado com meu gato. Resolvi novamente buscar informações na internet. As tutoras do projeto me auxiliaram muito, os amigos e familiares que tinham gatos também.
Todos acharam muito estranho o comportamento dele, me pediram paciência, mas o Snow estava crescendo e perdendo a noção de carinho, eu tinha que acelerar meu passo. Eu acredito que algumas pessoas até pensaram que eu estava maltratando o tigrinho branco.
Diante disso, levei ele pela primeira vez ao veterinário em Junho, onde foi vacinado e vermifugado a segunda dose.  mas foi preciso três homens, com luvas de pedreiro para segurar o gatinho. Senti uma grande ânsia de choro, achei que foi muita crueldade, apesar de conhecer a boa índole e fé o veterinário, que me disse que ele não tinha nada, que estava tudo bem, mas ele seria um gato bravo e jamais chegaria perto de mim .
Ainda sim muito preocupada com tudo, e inconformada com a explicação de um veterinário experiente, resolvi leva-lo no hospital veterinário da UNB, no final de Julho, pois lá ele seria tratado por uma veterinária que trabalha somente com felinos,  e tudo poderia mudar, essa foi minha esperança.

Diante dessa motivação, levantei às 5hs da manha e no dia escolhido levei o meu gatinho. Foi  um corre corre até ele entrar na caixa de transporte,  demoramos  no Hvet toda a manhã, mas a consulta foi maravilhosa, lá descobrimos sarnas nos dois ouvidos, que foram limpos pela equipe. A veterinária o pegou pelo pescoço, uma técnica para render o animal de uma forma menos assustadora.  A consulta dele durou trinta minutos, tivemos uma conversa longa, todas minhas dúvidas foram sanadas, tive dicas de como tratar melhor meu gatinho e compreender a sua característica.
Atualmente o Felício Snow toma duas gramas do antidepressivo amitriptilina, para melhorar seu comportamento. Ele é muito medroso e ao sentir ameaçado foge, se esconde, marca o seu território sem parar ( Xixi no sofá), com essa medicação ele irá melhorar o seu comportamento, torna-lo menos medroso para viver melhor com os obstáculos da vida e nas idas ao veterinário posso dar seis gotinhas de amplictil assim ele fica sedado e não preciso correr pela casa para coagi-lo,  coloca-lo na caixa de transporte ficou mais fácil.
A alimentação dele juntamente com os remédios são controlados, faço uma anotação diária sobre o comportamento dele, para averiguação do efeito da medicação. Quando ele ficar mais confiante espero retirar a medicação de forma gradativa, juntamente com a indicação do veterinário.
Nesses seis meses, aprendi com meu gato que devemos respeitar as diferenças, sei que talvez ele nunca seja dócil, ou vai me pedir colinho, nem sei se irá me lamber um dia como carinho mas ele é lindo só de ver...as baguncinhas que ele faz em casa alegram meu dia, em noites de insônia é com quem converso e dou o lençol para ele brincar, é quem quando pula na cama sinto o colchão afundar, ele é simplesmente lindo, são tantos os motivos positivos e peripécias dele que me animam a tê-lo em casa."

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O principezinho e seu irmão Simba...


Símbolo de dedicação de um ser humano ao seu amiguinho felino, Snow é o xodó da Raquel, que não mede esforços para conquistá-lo até hoje, quatro meses depois da adoção...
No vídeo, ainda no nosso lar temporário, em abril deste ano, ele brinca na companhia do Simba, o outro filhote da Embrapa resgatado no prédio da manutenção.

Antes e depois



Uma das mais lindas provas de que essas criaturinhas podem se transformar apenas com amor, carinho e paciência, é o Tapioca. Irmão da Linda, a gatinha inspiradora deste projeto, foi resgatado na Embrapa, com prolapso retal, queimaduras, fungos e verminoses... Mesmo assim, em pouco tempo começou a brincar, como mostra o vídeo... À época, magrinho e ainda com deficiências nutricionais, adquiriu confiança e se adaptou (até demais kkkkkkkkk) à vida em família... 


domingo, 21 de agosto de 2011

Mais um para ser cuidado

De repente, ele estava lá...
No meio do gramado, tomando banho, o gatinho branco que mora no contêiner...

Arisco, claro, aos poucos precisa ser atraído para o novo comedouro que passamos a colocar para ele, evitando que procure restos de comida do restaurante.
A gatoeira será montada esta semana, porque talvez esteja precisando de tratamento, principalmente por causa do ambiente insalubre em que circula...

Quando vemos essas criaturas expostas assim aos riscos da vida na rua, é que nos sentimos cada vez mais estimuladas a continuar tentando fazer alguma coisa por eles...

E na hora do resgate dos filhotes, por mais dolorosas que as experiências possam parecer no momento em que os vemos presos na gatoeira, são imagens como essa que devemos ter em mente...
Nosso esforço é para vê-los melhor, em uma situação mais digna e saudável.


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Nossos pequenos protegidos

Dois filhotes parecem absolutamente iguais, Docinho é manchadinha e Gabi mais parece um ursinho de pelúcia...
Assim são as quatro criaturinhas que estão no meu lar temporário, enquanto se acostumam ao movimento doméstico e à convivência mais próxima com pessoas.



Têm sido alimentados na mão, recebem colinho diariamente e são estimulados a brincar sempre, com qualquer coisa. Interatividade é a palavra-chave para que deixem de lado o medo e desenvolvam a confiança... Tudo, claro, com muita paciência. De qualquer forma, todos os tutores definitivos vão precisar de jeitinho também... Gatos não são como cães... Precisam de tato, observam primeiro antes de dedicar o amor deles que, só algum tempo depois, se torna igualmente incondicional...



Uma das características dos filhotes é a proximidade entre eles... Não raras vezes podem ser vistos assim, juntinhos, por menor que o espaço possa parecer... Aliás, essa é sempre uma preocupação dos tutores temporários: depois da separação da mãe, a separação dos irmãos...
Graças a Deus, o projeto já conseguiu adoção para quatro filhotes sem que houvesse necessidade de separar. Linda e Jonnie e depois Tico e Teco foram adotados por duas famílias que aceitaram manter as duplinhas juntas...




Vou morrer de saudade de todos eles...



O resgate


Um momento difícil...
Filhotes já dentro da gatoeira, assustados, diante da mãe, ameaçadora, também assustada...
Ela sabia que seus bebês seriam levados...
Esse é um dos dilemas... Deixar os bichinhos com a mãe, mesmo sabendo que em breve cada um tomará seu rumo e continuará a trajetória de risco, fome, maus-tratos e doenças ou deixar a razão falar mais alto, em nome das possibilidades de um futuro melhor para eles? Temos que optar sempre pela segunda alternativa. Lembramos dos filhotes que já foram adotados, estão bem, são amados e aí, é fechar os olhos e continuar...
No caso destes filhotes, eles eram os últimos da ninhada de quatro que já estavam no lar temporário. Em breve, se Deus quiser, também vão para suas novas famílias.





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Gabi...



Gabi é um dos quatro filhotes que estão abrigados no lar temporário do projeto... De personalidade doce, tímida, já se alimenta na mão e aceita colinho com tranquilidade... Aliás, colinho faz parte da terapia de socialização das "crianças"...

O interessante nesta filhotinha é que, apesar da semelhança com os outros irmãozinhos, é bem mais peluda e tem um olhar meigo, ao contrário dos outros que ainda se mostram assustados de vez em quando... Quem ficar com ela terá recebido um presente muito especial da vida...




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The black cat II




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The black cat



O encontro com o nosso black cat, freguês do comedouro localizado do lado do ginásio da Embrapa... Assim como os demais protegidos do projeto, ele também já sabe o horário em que a comida chega e espera por nós diariamente no final do dia...






Pacientemente e com a tradicional majestade felina, ele espera a gente se afastar um pouco e caminha para o pratinho...







Antes de começar a comer, uma paradinha para as fotos...














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Imagem da semana



A semana, entre os dias 8 e 12 de agosto, foi movimentada com os resgates e a descoberta de novos moradores da Embrapa. Ao lado, a mãezinha dos filhotes, analisando a gatoeira... Espertíssima, mesmo vendo a comidinha lá dentro, cheirou tudo e foi embora...

Ainda está por lá, mas vai precisar ser resgatada o quanto antes, afinal ainda há machos não esterilizados e isso significa que a qualquer momento nos deparar com nova ninhada...








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domingo, 14 de agosto de 2011

Cabeludinho, nada!!! É uma menina!

Voltamos do veterinário com os dois filhotes. Estão se recuperando da esterilização e aproveitamos a chance para corrigir a falha da postagem anterior: são duas meninas! Docinho e Gabi, a fofura tricolor que tinha sido confundida com um machinho por causa da brabeza... Nada disso! Segundo a teoria sobre pelagens felinas, não há machos com três cores, portanto, Gabi não podia ter sido confundida... Santa inexperiência...

Quatro filhotes...

Hoje é domingo e ao invés de um filhote em casa, como era na terça-feira, quatro pequenas criaturinhas estão abrigadas aqui em casa... Toda a ninhada acabou sendo resgatada na Embrapa Informação Tecnológica. Os dois últimos ontem, minutos antes de começar a desratização... Felizmente, estão aqui em segurança, apesar de bastante agitados sentindo falta da mãe.
Os demais já estão ambientados, permitem ficar no colinho e daqui a pouco vão para a primeira consulta no veterinário.
Cada um com a sua personalidade, tem manifestado reações diferentes ao novo espaço... O primeiro - que imagino ser uma fêmea - está batizada: Docinho. Além de boazinha e calma, interage bem, como se já nos conhecesse antes de chegar aqui... Aliás, ela se parece muito com a minha Tica e a Mendiguinhazinha, da Jurema, por causa da pelagem manchadinha...
O segundo filhote - acho que macho - é lindo e tem fartos e longos pelos castanhos. É bem diferente dos demais. A princípio, muito assustado, já se rendeu aos cafunés dos tios Paulinho e Kátia. Também vai para a primeira consulta hoje. Ainda estamos pensando em um nome que se adeque a sua carinha...

Os outros bebês - gêmeos e a cara da mãe - achamos melhor preservá-los do estresse de sair de casa. Ainda hesitam em comer, choram bastante e se sentem meio perdidos, apesar de estarem rodeados de brinquedos, comida, água e muitos paninhos para se aquecerem... Já derrubaram quase a metade do que tinha na estante do escritório (nosso gatil oficial) e levaram alguns tombos das alturas...

Estamos tentando administrar a nova situação, afinal batemos o nosso recorde de acomodações aqui em casa... Agora são sete gatos em uma casa só, contando com os meus três...

Mais alguns dias para que se acostumem à proximidade de gente, até que sejam adotados. Assim como os outros sete filhotes da Embrapa que já conseguiram um lar, esses, se Deus quiser, também vão ser bem felizes longe das ruas...


Docinho, no primeiro dia de lar temporário, e o lindo filhote cabeludinho (abaixo), segundo a chegar...
  

A alimentação está sendo reforçada com AD - um superalimento que eles adoram e é rico em proteínas - e ração especial para filhotes... Quanto à idade, imagino que tenham pouco mais de dois meses.

Balanço da semana, desde sábado passado: cinco resgates!!! Branquinha, a linda gatinha do rabo preto, primeira a ser atendida após as férias das coordenadoras, está ótima, e voltou ao ambiente na quinta-feira de manhã. Vamos postar as imagens do momento da soltura.


Tapioca hoje...

Mais uma prova de que carinho e amor são capazes de mudar a vida de qualquer criatura...
Menos de um ano depois, Tapioca - irmão da Linda, inspiradora do projeto de adoção de proteção de felinos na Embrapa - é outro gatinho...



Aliás, nada melhor que as imagens para provar que, além de totalmente saudável, ganhou duas irmãs carinhosas - Bia e Tica... Mesmo se desentendendo de vez em quando, como acontece em qualquer família, fazem companhia um para o outro e se divertem juntos o tempo inteiro, além de se esquentarem na hora de dormir...
Só para lembrar, Tapioca é o anjinho branco, Bia, a ruiva, e Tica, a neguinha linda... Todos colocados na nossa vida graças ao destino...

Acompanhando Snow...

Uma oportunidade única e especial: acompanhar o pequeno principezinho branco, Snow, em sua segunda consulta no Hospital Veterinário da Universidade de Brasília... O convite foi feito pela Raquel e não podia ter sido melhor... Afinal, resgatar aquela criaturinha no prédio da manutenção e depois vê-lo com quatro quilos, lindo e saudável, é uma felicidade.
O atendimento foi na quarta-feira de manhã pela veterinária Flávia e sua equipe de estagiárias. Carinho e atenção total... Graças a Deus, certamente, Raquel e Snow encontraram o que precisavam. Ao contrário do que acontece em muitas pets, a relação entre o preço da consulta é inversamente proporcional à dedicação dos profissionais.
E para quem ama seus bichinhos - que ainda por cima estão doentes e fragilizados -, encontrar apoio, compreensão, interesse significa muito mais do que se possa imaginar...
Raquel já havia se encantando desde a primeira vez e como reconhecimento e retribuição, deu de presente à veterinária e às estagiárias fotos com dedicatória e tudo do pequeno príncipe branco...
Snow está sendo medicado e os progressos já começam a ser percebidos - ele já não parece tão assustado e ensaia se aproximar ainda mais da mãe que não esconde a satisfação de tê-lo visto subir na cama, já bem perto dela... Aliás, uma coisa que até pouco tempo era impensável...

Aproveitando a oportunidade, fizemos contato com a diretora do Hospital Veterinário da UnB para tentar uma parceria no atendimento aos nossos protegidos. As perspectivas foram boas e é bem provável que consigamos mais apoio nessa empreitada que, apesar de difícil em alguns momentos, é muito gratificante quando percebemos os resultados.

Obs: mais uma linda foto do Snow será postada em breve...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Dia de fortes emoções...

Montar as gatoeiras para o resgate dessas pequenas criaturas ainda é um sofrimento... O coração acelera e a gente se sente meio culpada ao perceber o olhar de cada gatinho observando o movimento de montagem das armadilhas...
Mesmo depois de tantas experiências, é inevitável... É um amor dividido que hesita diante do desejo de mantê-los livres e da certeza de que precisamos protegê-los das más condições de vida e dos maus-tratos das ruas.
Na tarde de terça-feira, foi assim de novo... Enquanto eu montava a gatoeira com a ajuda do Donizete, segurança da nossa Unidade, a gatinha observava atentamente... A intenção era resgatar os três filhotes para adoção e ela própria para castração e tratamento. Até o último instante, até o momento em que saí com o carro, ela esteve lá... Não tirou os olhos de mim - os mesmos olhos que eu revi durante toda a noite insone, preocupada com o que poderia estar acontecendo enquanto eu tentava dormir...
Hoje cedo, a expectativa de descobrir quem poderia ter entrado na armadilha era grande, até o momento em que me deparei com o pequeno bebê, um dos três filhotes da gatinha cinzenta...
Estava assustado, claro, mas em nada se parecia com os outros que já havia sido pegos... Tinha medo, mas não ameaçava...
Agora, neste exato momento, está na minha casa, no quarto ao lado - o mesmo que já foi abrigo de outros filhotes e adultos recém-operados. Choraminga baixinho... Imagino o que deve estar sentindo... Ela (ou ele), que até poucas horas atrás estava junto com os irmãos e a mãe, se vê em um lugar diferente, estranho, apesar de todo o conforto e da alimentação que estamos oferecendo... Falta o aconchego da família que, mesmo nas ruas, estava unida...
A intenção do Projeto Linda é boa e, aos olhos de muita gente, pode até parecer louvável, mas só quem lida com esse dia a dia compreende o que isso significa para nós, em nossos corações...
Amamos essas criaturinhas - isso é fato! - e é em nome desse amor e do respeito que temos por elas, que vamos continuar travando batalhas interiores eternas, que só sossegam nosso coração quando temos a certeza de que nossos protegidos estão bem de verdade... Como o Snow com a Raquel, a Linda e o Jhonny, com George e Isabel, o Tigrinho com a irmã da Jurema, o Tapioca comigo, a Mendiguinhazinha com a Jurema, o Tico e o Teco, com o Wellington... Poderiam estar nas ruas ainda, poderiam estar doentes, com fome, com frio, poderiam estar sendo agredidos, poderiam até estar mortos...
Que Deus nos dê forças...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Gatoeira comprada!

Gatoeira comprada, vamos para o resgate dos filhotes!!
A Branquinha está ótima. Em seu abrigo provisório (na casa da minha mãe), está se recuperando da cirurgia de castração e até me fez muito feliz ontem, pois aceitou que eu tocasse nela! Pela grade da gatoeira consegui tocar em suas patas e em seu focinho! Ela é muito meiga e carente! Como eu gostaria de ficar com ela! Mas acredito ser muito difícil já que ela já é adulta e muito arisca...

Ela ficou muito tranquila nos quatro dias que ficou se recuperando da cirurgia

Também tenho muita dó dela, pois ela está ainda bem triste achando que iremos fazer-lhe mal e também por estar presa a uma gaiola. Mas eu estou feliz por estar cuidando dela! Em breve ela estará livre novamente.

E me deixou até fazer um carinho gostoso!

sábado, 6 de agosto de 2011

Mais uma do Felício Snow

Mais uma do nosso queridinho Felício Snow registrada pela sua superamorosa mãe Raquel... Há três meses adotado por ela, ainda não aceita colinho e foge das tentativas incansáveis de receber carinho, mas não perde a oportunidade de se afirmar como o dono total da casa... Dia desses, foi flagrado vendo novela... Pode???
Abaixo, a mensagem enviada por ela junto com as fotos:
 
Geintein!
    Para quem não acredita, meu Felício Snow  assiste televisão sim! Ehehehe

Essa foto eu tirei ontem, deitadinha na minha cama, assistindo Insensato
Coração, no momento que a Eunice ia chantagear a Vanda.
    Todo mundo sabe que eu não pego o Snow no colo, ele é bravo e foge mesmo das minhas tentativas de afeto, faz pipi no meu lindo sofá, rosna que fede,  mas essa simples companhia todas as noites, antes de dormir, me traz um enorme conforto e carinho  do tigre branco que tenho em casa.
     Quando eu me preparo para dormir, é um dos poucos momentos que vejo televisão (vejo 30 minutos e durmo), ele sobe na bancada, fica olhando para mim, para a televisão e para o teto também esperando eu apagar a luz para ver se cai alguma mariposa para ele brincar, aquelas que ficam perto da lâmpada... Eu até já peguei umas para ele brincar!
Miauuuuuuuuuuu
Felício Snow
Até a próxima foto, ficando essa de lembrança a respeito e o amor às diferenças!
 


Raquel continua tentando encontrar uma solução para o rapazinho, que agora está sendo acompanhado pela dra. Flávia, do Hospital Veterinário da Universidade de Brasília. Na próxima consulta, prevista para o dia 10, quarta-feira que vem, as coordenadoras do Projeto Linda vão acompanhá-los, afinal, nossa preocupação com o bem-estar das novas famílias é constante e não termina com a adoção.


 

O resgate da Branquinha


Hoje, finalmente, uma das nossas protegidas favoritas, a Branquinha - presença constante no nosso dia a dia e freguesa assídua do comedouro localizado no prédio da sede da Embrapa - foi resgatada...
A gatoeira precisou ser armada duas vezes. Da primeira vez, ontem, dia 5, a mocinha conseguiu comer todas as guloseimas e nada aconteceu. A armadilha foi remontada de manhã e, poucas horas depois,  nosso colega de plantão na guarita telefonou para avisar. Por volta das 17h, assim que recebeu a ligação, Jurema foi buscá-la para a castração e ficou pacientemente esperando na clínica Dogue Tique para levá-la para casa. Como as demais fêmeas, Branquinha também vai precisar de alguns dias de descanso antes de voltar ao ambiente.

Esperamos que ela não perca a confiança na gente... Aliás, esse é sempre um dilema: sentimos muito quando precisamos resgatar um gatinho, mas sabemos que é o que devemos fazer para o bem deles... Vê-los sempre livres e depois ter que enfrentar o olhar assustado de cada um corta o coração...

Pelas nossas contas, esta é a 12ª castração. Além de Lua, da Frajolinha e da Linda II, esta é a terceira fêmea, mas sabemos que outras ainda estão a nossa espera... Durante o período em que estivemos de férias, no mês de julho, as notícias dão conta de que há três novas ninhadas - uma das quais, suspeitamos que seja da Branquinha...

Aliás, nossa maior preocupação agora é com os filhotes. Em poucos dias, dois foram mortos: um vítima de atropelamento e outro atacado por um cão. Para nós, que nos dedicamos à proteção animal, é triste, porque não podemos deixar de nos sentir responsáveis por tudo o que acontece com eles...

Com o saldo que ainda temos no nosso caixa, a próxima providência será comprar mais uma gatoeira para resgatar os filhotes e as fêmeas o mais rápido possível.