quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O milagre da vida em risco...

Eram quase 9h30 da manhã de hoje, quando um colega de trabalho veio me avisar que um gatinho parecia estar preso em algum lugar e miava muito. Claro que corri desesperada para ver o que estava acontecendo e para minha surpresa e maior desespero, vi dois minúsculos filhotes recém-nascidos dentro da tubulação do ar-condicionado do estúdio, sob um vento quente e forte que vinha do equipamento em funcionamento. Naquelas circunstâncias, certamente, não sobreviveriam muito tempo, principalmente por causa da temperatura alta. Aliás, naquele mesmo lugar, pelo menos duas outras vezes provavelmente a mesma fêmea acreditou oferecer segurança para os bebês e em uma delas morreram todos, sem que ninguém percebesse. A angústia sobre o que fazer veio imediatamente: tirá-los de lá e colocar em um lugar próximo, porém protegido, para que a mãe os encontrasse e levasse para outro esconderijo, ou procurar ajuda de um veterinário, já que pareciam estar sofrendo e debilitados...
Jurema, a outra coordenadora do Projeto Linda, e eu, então, optamos pela segunda possibilidade. Depois de acomodar os dois em uma caixa com jornais, pegamos o carro e seguimos para o Hospital Veterinário da UnB. O atendimento, até em função do tamanho e do estado dos pacientes, foi imediato. A própria diretora do HVet, Dra. Christine, atendeu os filhotes e, pessoalmente, ajudou a cuidar e depois nos orientar sobre o que fazer, como alimentar, como estimulá-los a fazer xixi e coco e, principalmente, mantê-los aquecidos.
Durante toda a tarde, eles ficaram no hospital sob os cuidados da equipe - que, aliás, é fantástica, pelo carinho, pela atenção e pelo respeito que demonstram ter pela vida das dezenas de animais que atendem todos os dias com os mais diversos problemas de saúde.
Apesar de todo o cuidado, recebemos a recomendação de nos preparar porque pode ser que não sobrevivam, principalmente pela ausência da mãe. Ainda estão de olhinhos fechados e só dentro de mais cinco ou dez dias vão começar a ter um pouco mais de autonomia para se movimentar.
Precisam de atendimento o tempo todo, ser alimentados a cada três horas e ser observados sempre. Temos fé de que vão viver, ainda mais no que depender do nosso esforço.
Aí, agora, estou aqui relatando mais essa surpresa nas nossas vidas e pensando que definitivamente só temos que agradecer por estar ali naquele lugar, naquela hora, para que o  nosso colega tivesse a quem recorrer para salvar duas alminhas felinas em risco...

Enquanto eles estão na casa da Jurema, aqui outros três protegidos - Noir, Perfeitinha e Anjo - crescem rapidamente e conquistam ainda mais os nossos corações. A feirinha de adoção, confirmada para depois de amanhã, aguarda pelos bebês do Projeto Linda, mas, como diria Suzane, até lá eu vou saber o que fazer...