sábado, 3 de setembro de 2011

Novo resgate, mais uma busca e uma adoção...

Foi assim a "virada" da sexta-feira - último dia do bazar do Projeto Linda, na Embrapa: um novo resgate de filhote, mais uma busca pela Gabi na Vila Planalto e a adoção da Docinho... Haja coração... Às vezes, acho que Paulinho está mesmo certo: é preciso se envolver menos, resistir às emoções que temos que enfrentar nesse dia a dia de protetoras de animais...
Ontem, fechamos muito bem o bazar do projeto. Não há como negar que a repercussão foi muito boa. Conquistamos a simpatia de muita gente - inclusive a de quem não é muito chegada a gatos, porque passaram a entender que não "criamos" gatos na Embrapa, mas nos preocupamos em administrar a situação para que a população seja controlada e que os filhotes encontrem lares de amor. Financeiramente, também acreditamos no saldo positivo - apesar de ainda não termos feito as contas finais (que vamos colocar aqui em breve), a carteirinha ficou redonda de tanto dinheiro dentro...


Ao final do dia, lá estávamos nós de novo nas ruas, ou melhor, na Embrapa, em busca da melhor estratégia para resgatar a nova ninhadinha que vive dentro dos dutos de águas pluviais. E deu certo: por volta da meia-noite, Domingos, que estava de plantão na portaria da Sede, avisou que um filhote havia entrado na gatoeira. Jurema foi buscar e está com ele, enquanto diminui a "população" aqui em casa e não surgem novas vagas para hóspedes.
No final do dia, conseguimos flagrar a mãezinha se alimentando no mesmo lugar onde pusemos a armadilha (foto)... que, aliás, continua sendo uma tortura para a gente também, porque sabemos o quanto eles ficam assustados quando se veem trancados e depois vão embora para um lugar completamente desconhecido... É aí que deve entrar a nossa capacidade de amar de verdade, porque a partir dessa hora, o futuro deles - para o bem ou para o mal - está em nossas mãos...
Quando tudo dá certo - como graças a Deus tem sido na maioria das vezes - é ótimo, mas quando algo dá errado, tudo se transforma no peso de uma corrente que teremos que arrastar pelo resto da vida. Temos responsabilidade e cada vida dessas não é um número, não é só mais uma - é única. E por ser única, não existirá forma de substituir, compensar, repor...



Na manhã deste sábado, Adélia e eu saímos para uma busca na Vila Planalto. A minha segunda vez, em busca da Gabi. Quinze cartazes coloridos com telefone e descrição da gatinha foram fixados nos mais diversos lugares, principalmente no comércio local, em postes,  pontos de ônibus. Mas, novamente, veio a desesperadora constatação de que o lugar é hostil demais para um filhote que, em menos de 48 horas, se viu perdido em um ambiente tão diferente de onde estava.
Falamos com as pessoas, com crianças, em especial. Andamos por vários locais potencialmente interessantes como esconderijo para um bichinho assustado. Procuramos pensar como ela pensaria...
Agora, é a esperança de que o meu celular toque a qualquer momento com uma notícia qualquer, por mais vaga que seja... Qualquer coisa já serviria para reacender o ânimo de que ela pode estar bem, em alguma casa, com pessoas que gostem dela. Porque ela é uma gatinha muito fácil de gostar - à primeira vista...
Era linda, a mais linda. Meiga, tranquila, quieta, amedrontada, perfeita para ser criada em um ambiente de aconchego...

Depois da ronda na Vila Planalto, passamos na feirinha de adoção da Salvando Vidas e deixamos as fotos das "mariazinhas"... E rezamos para que encontremos alguém que as ame, para que os próximos possam sair das ruas e receber o mesmo tratamento até que sejam encaminhados para suas novas vidas...